Simon critica desvio do foco da CPI para procurador-geral
Da Redação | 11/05/2012, 14h10
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou nesta sexta-feira (11) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira está encontrando dificuldades para avançar, porque, como disse, PT, PSDB e PMDB se recusam a aceitar as convocações dos governadores Agnelo Queiroz (Distrito Federal), Marconi Perillo (Goiás) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro). Segundo o parlamentar, todos querem convocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por suposta demora na denúncia contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
– Parece piada, mas é a verdade. Transformar a CPI do Cachoeira na CPI do procurador-geral é algo que não pode ser levado a sério – afirmou.
Simon lembrou que, no período de 1995 a 2003, o então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, manteve paralisados vários processos, sendo chamado de “engavetador-geral da República”, e nem por isso, acrescentou, foi alvo de pedido de providências por parte do PT.
Para o parlamentar gaúcho, o PT poderia adotar alguma providência contra o procurador no âmbito do próprio Ministério Público e deixar a CPI seguir seu caminho. Segundo ele, o partido age de má fé ao tentar levar para o âmbito da comissão parlamentar de inquérito a investigação de suposta inércia do procurador-geral.
Ex-ministro
O senador criticou o ex-ministro da Justiça do governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, por ter-se tornado advogado do contraventor Carlos Cachoeira, preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília.
Segundo o parlamentar, “está se espalhando por aí” que o ex-ministro não é advogado de Cachoeira por causa de honorários de R$ 15 milhões, mas para influenciar seu cliente sobre o que deve ou não falar – “o que vem a público e o que não vem a público”.
Delta
Simon considerou “um escândalo” o governo permitir a venda da construtora Delta – denunciada por envolvimento com Carlos Cachoeira – ao grupo J&F. De acordo com o Ministério Público Federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem participação de 31% na JBS, principal controlada da J&F.
– Presidenta Dilma, essa ação envolve a sua ação direta. Chame o presidente do BNDES, chame o ministro da Fazenda, chame o presidente do Banco Central, chame o ministro da Justiça e tome as providências – conclamou Simon.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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