Lídice da Mata pede reflexão sobre discriminação racial

Da Redação | 21/03/2012, 17h20

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) registrou a passagem, nesta terça-feira (21), do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Ela ressaltou que, diante das muitas “distorções e mazelas sociais” ainda existentes no país, não se pode considerar a ocasião uma data “comemorativa”.

- É preciso lembrar que é uma data para a sociedade como um todo e os governos refletirem sobre as dificuldades enfrentadas pela população afrodescendente, bem como outras etnias que também enfrentam a discriminação em seu cotidiano – afirmou.

Lídice explicou que a data foi estabelecida, em 1976, pela Organização das Nações Unidas (ONU), em memória a massacre ocorrido em 1960 na cidade sul-africana de Joanesburgo. Na ocasião, 69 pessoas foram assassinadas por tropas do exército quando mais de 20 mil negros protestavam contra a “Lei do Passe”, que obrigava a população negra do país a apresentar uma identificação específica para circular dentro da África do Sul.

– A Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1963, afirma a necessidade de se eliminar rapidamente a discriminação racial no mundo, em todas as suas formas e manifestações, e de assegurar a compreensão e o respeito à dignidade da pessoa humana – disse.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afirmou a senadora, o Brasil tem 91 milhões de habitantes brancos, 82 milhões de pardos, 15 milhões de negros, 2 milhões que se declaram de raça amarela e 816 mil indígenas. Além disso, os negros e pardos são maioria em mais de 56% dos municípios.

A capital baiana, Salvador, informou a senadora, é a cidade “mais negra fora da África”, com 744 mil habitantes negros. Lídice da Mata citou lideranças e organizações com “história de resistência”, como Abdias Nascimento (1914-2011), Carlos Alberto Caó, Benedita da Silva, Paulo Paim; os grupos Olodum, llê, Muzenza, Malê Debalê e Cortejo Afro; o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira; e a Fundação Palmares.

– Quero ressaltar a importância da resistência da luta pela preservação das tradições da cultura afro na religião afrodescendente e dessa maneira saudar a Mãe Stella de Oxóssi, em nome de todo o povo de santo de nosso país, em especial da Bahia – declarou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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