Marco Maciel defende volta da autonomia administrativa para a Chesf

Da Redação | 15/04/2010, 17h15

O senador Marco Maciel (DEM-PE) pediu ontem que a autonomia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) seja preservada. O senador afirmou que o atual governo retirou da Chesf e de suas subsidiárias sua autonomia administrativa, "com o objetivo de transformar a Eletrobrás numa mega empresa pública, não se sabe exatamente com que finalidade".

- Até hoje as medidas adotadas recentemente pelo governo federal ainda não foram adequadamente explicadas - acusou o parlamentar.

Marco Maciel afirmou que o caminho mais fácil para transformar a Eletrobrás nessa mega empresa foi absorver as empresas regionais, em particular a Chesf, "dada sua condição econômica e financeira altamente positiva", graças ao enxugamento da empresa efetuado no governo de Fernando Henrique Cardoso. De acordo com o senador, a empresa foi saneada no governo FHC e começou "um ciclo virtuoso de lucratividade contínua".

Para Marco Maciel, a centralização de comando da Chesf na Eletrobrás é lamentável e vai "na contramão da tendência observada no Brasil e mesmo em outros países". A centralização, informou, já começa a "causar prejuízos concretos à Chesf". Com a transferência do comando para o Rio de Janeiro, para lá também foram muitos postos de trabalho, cuja manutenção na Região Nordeste, carente de empregos qualificados, seria muito importante.

Também estão sendo transferidos para a sede da Eletrobrás muitos cargos de planejamento, engenharia e construção de usinas, o que causará prejuízo para as universidades e outros centros de gestão de conhecimento da Região Nordeste.

Marco Maciel informou que a Chesf tem apresentado lucro contínuo desde 2002, o que contrasta com as demais empresas regionais também encampadas na Eletrobrás. Segundo ele, a Eletronorte apresenta um passivo de R$ 8 bilhões e necessitou de um aporte de recursos de R$ 4 bilhões no ano passado. Furnas apresentou um prejuízo de R$ 129 milhões em 2009 e a própria Eletrobrás teve um reduzido lucro de R$ 170 milhões, frente aos R$ 800 milhões de lucro apresentados pela Chesf. Já a Eletrosul opera apenas linhas de transmissão.

O senador pediu que os decretos governamentais acabando com a autonomia da Chesf sejam revistos. Lembrou que a companhia foi criada em 1945 e é hoje responsável por aproximadamente 10% da energia gerada no Brasil, com 10.618 MegaWatts de potência instalada. Opera mais de 18 mil quilômetros de linhas de transmissão e tem patrimônio líquido de R$ 12,5 bilhões. Sua receita operacional bruta ano passado foi de R$ 5,64 bilhões e gera 5,5 mil empregos diretos. Em 1976, sua sede foi transferida do Rio de Janeiro para Recife.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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