Relatório diz que campanha de Lula pode ter recebido dinheiro de bingos

Da Redação | 08/06/2006, 18h01

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, apresentado nesta quinta-feira (8), afirma que membros da coordenação da campanha presidencial do PT em 2002 podem estar ligados a operações de arrecadação e distribuição de recursos ilegais de casas de jogos. O texto ressalva, no entanto, que somente as transferências dos sigilos de todos os envolvidos, que não puderam ser obtidas, permitiriam chegar a alguma conclusão e pede que a Polícia Federal e o Ministério Público continuem as investigações.

A denúncia de que a campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 teve recursos oriundos de bingos foi feita por Rogério Buratti, ex-assessor do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, quando este era prefeito de Ribeirão Preto (SP). Empresários do ramos de jogos, Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, os angolanos Artur José Oliveira Caio e José Paulo Figueiredo, além da multinacional Gtech, teriam doado R$ 1 milhão à campanha por intermédio de Waldomiro Diniz, ex-presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) e ex-sub-chefe de assuntos parlamentares do então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

O objetivo da doação seria obter, do futuro governo, a legalização dos bingos no Brasil. De acordo com o relatório, um grupo interministerial coordenado pela Casa Civil chegou realmente a elaborar um projeto nesse sentido, que não previa regras para facilitar o controle da atividade por parte do Estado.

O texto ainda acusa Waldomiro Diniz de ter "fortes relações" com empresários do ramo de jogos como José Renato Granado e Alejandro Ortiz, chegando a representar seus interesses dentro do governo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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